COVID-19 parece apresentar menor taxa de infecção em altitudes maiores, aponta estudo
Altitudes maiores parecem reduzir a taxa de infecção do SARS-CoV2, mas não a taxa de mortalidade. É o que dizem os pesquisadores da Universidade Nacional de Engenharia no Peru, em um novo artigo publicado na revista Respiratory Physiology & Neurobioly em 15 de Julho de 2020 (acesse aqui o trabalho na íntegra).
Utilizando dados oficiais disponibilizados até 14 de junho, os pesquisadores analisaram o número de casos positivos para COVID-19, a taxa de letalidade e sua relação com o sexo e diferentes níveis de altitudes. Os pesquisadores observaram que o número de casos positivos para COVID-19 parece diminuir com o aumento da altitude, tanto para homens quanto para mulheres. No entanto, a relação entre o número de mortes e o número de casos positivos permanece relativamente constante.
Não se sabe exatamente como isso ocorre, mas algumas pesquisas sugerem dois possíveis mecanismos. O primeiro relacionado ao polimorfismo do gene ACE2, que apresenta seu alelo I em maior prevalência nessas populações. Acredita-se que a baixa atividade do gene ACE2 em populações que vivem em grandes altitudes pode protegê-las contra a replicação do vírus nas células do hospedeiro. Já o segundo mecanismo está relacionado ao efeito da radiação ultravioleta, que pode estar atuando como desinfetante natural, reduzindo o risco de infecção. Porém, tal hipótese ainda carece de comprovação.