Vacina contra COVID-19 pode não ser para todos - FEALQ PELA VIDA

Genômica Informa

Vacina contra COVID-19 pode não ser para todos

A compra de mais de dois bilhões de doses da vacina contra COVID-19 pelos países ricos pode trazer consequências desastrosas para a saúde pública mundial, como a limitação de suprimentos necessários para a produção da vacina, por exemplo. Por isto, cresce o esforço internacional para aquisição de vacinas para os países de baixa e média renda.

Segundo especialistas, a vacina estará disponível no final de 2020 ou início de 2021, seguindo as normas de aprovação e implementação após o término dos ensaios clínicos de fase III. Isso fez com que as empresas fornecedoras recebessem os pré-pedidos de compra por diversos países, como Estados Unidos, membros da União Europeia, Japão, Brasil e outros.

Somente os Estados Unidos, em meados de agosto, garantiram 800 milhões de doses de pelo menos seis vacinas em desenvolvimento, com a opção de comprar cerca de um bilhão a mais. O Reino Unido garantiu a compra de 340 milhões de doses, o que significa aproximadamente cinco doses para cada cidadão. O Brasil, um país de baixa e média renda também já fechou a compra de milhões de doses da vacina.

A situação tem preocupado a Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação à distribuição igualitária da vacina contra COVID-19 em todo o mundo. Segundo Duncan Matthews, especialista em patentes e acesso a medicamentos da Queen Mary University of London, os detalhes financeiros de muitos dos contratos de compra são envoltos em sigilo. Matthews ainda diz que “O que está nos acordos que eles estão assinando e quem terá acesso à vacina e a que preço – é uma total falta de transparência”. Alguns valores foram recentemente publicados como o pagamento de menos de US $ 4 por dose da vacina AstraZeneca e US $ 25 por cada dose da vacina Moderna, por parte dos EUA.

O fundo conjunto chamado COVAX, liderado por Gavi, financiador de vacinas para países de baixa renda com sede em Genebra, junto com o CEPI (Coalizão para Inovações de Preparação para Epidemias) e a Organização Mundial da Saúde não tem medido esforços para convencer os países ricos de uma distribuição igualitária entre os países de todo o mundo. No entanto, o fundo não tem obtido bons resultados.

Richard Hatchett, chefe da  CEPI, comenta: “Se as vacinas contra a COVID-19 forem mal alocadas da maneira como foram em 2009, a pandemia vai durar mais, mais pessoas morrerão e a interrupção será maior do que o necessário”. Hatchett se referia à corrida pela vacina de H1N1 em 2009.

Para saber mais, acesse: https://www.nature.com/articles/d41586-020-02450-x

 

Conheça a equipe do projeto ‘Genômica Informa’