Forma solúvel da TREM-1 pode indicar severidade da COVID-19 - FEALQ PELA VIDA

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Forma solúvel da TREM-1 pode indicar severidade da COVID-19

A proteína TREM-1 (triggering receptor expressed on myeloid cells 1), da família das imunoglobulinas, é expressa em células epiteliais e mieloides e, faz parte da maquinaria responsável pela resposta imune do organismo. Assim, quando um patógeno entra no organismo ela induz a secreção de interleucinas (IL) e dos fatores de necrose tumoral (TNFs), como uma forma de sinalizar ao organismo a ocorrência da inflamação. Quando está em sua forma solúvel (sTREM-1), a proteína pode ser detectada no plasma sanguíneo durante infecções e inflamações. E justamente a forma solúvel da proteína (sTREM-1) foi alvo de um estudo publicado na plataforma medRxiv em setembro/2020 (leia aqui https://doi.org/10.1101/2020.09.22.20199703).

O estudo, ainda em processo de revisão, é uma parceria da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e tem como principal objetivo investigar a utilidade da sTREM-1 como biomarcador na predição da severidade da COVID-19. Para tal, as taxas da sTREM-1 no soro sanguíneo de 91 pacientes com exame positivo para COVID-19, e 30 controles negativos (voluntários com exame negativo para COVID-19) foram acompanhados de abril a agosto de 2020. Além disso, o grupo doente foi divido em pacientes leves, moderados, graves e críticos, conforme os sintomas apresentados e a necessidade ou não de tratamento em unidade de terapia intensiva.

Os resultados do estudo demonstraram uma forte correlação entre os níveis plasmáticos de sTREM-1 e o grau de severidade da COVID-19 nos pacientes. Ou seja, conforme a evolução da doença de um nível moderado para grave (por exemplo), as taxas de sTREM-1 sanguíneas aumentam significativamente, demonstrando que a forma solúvel da proteína pode ser usada para monitorar a evolução dos pacientes. Porém, os pesquisadores também detectaram um “ponto de não retorno”, onde a severidade da doença é tamanha que, mesmo com tratamento adequado e demonstrando uma queda na quantidade de sTREM-1 detectada no plasma, o paciente não consegue mais se recuperar, podendo vir a óbito. Por fim, os pesquisadores concluem que a sTREM-1 pode ser utilizada para auxiliar no monitoramento na doença, porém mais testes com um número maior de pacientes são necessários para sua validação como biomarcador no prognóstico da COVID-19.

 

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