COVID-19 e os impactos na saúde mental de pessoas acima dos 50 anos - FEALQ PELA VIDA

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COVID-19 e os impactos na saúde mental de pessoas acima dos 50 anos

Durante a pandemia da COVID-19 diferentes países optaram pelo distanciamento social e suspensão de atividades presenciais em diversos setores da economia, com exceção dos serviços essenciais, como principal meio de prevenção contra a disseminação do vírus. As pessoas foram instruídas a ficar em casa e somente sair em caso de real necessidade, como comprar alimentos ou remédios. Contudo, o impacto desse novos hábitos foi refletido no aumento de casos de depressão e ansiedade em todo o mundo, e inúmeros trabalhos foram publicados abordando essa temática. Recentemente, um trabalho publicado na plataforma medRXiv (clique aqui para ler), ainda sem revisão por pares, traz uma abordagem bastante completa de como a pandemia foi refletida na saúde mental de moradores do Reino Unido com idade superior à 50 anos.

O grande diferencial deste trabalho é que os dados coletados fazem parte do projeto PROTECT (acesse aqui), lançado em novembro de 2015, com o intuito de monitorar a saúde mental da terceira idade. Dessa forma, os pesquisadores puderam compreender como a solidão, falta de atividades físicas, e variáveis demográficas e sociais (condição financeira, gênero, grau de escolaridade, status de trabalho/aposentadoria e histórico psiquiátrico) dos participantes influenciaram no aumento dos índices de depressão e ansiedade durante a pandemia, tendo como comparação dados destes participantes em anos anteriores. A maior parte dos trabalhos publicados até o momento é apenas focado no ano de 2020.

Os resultados de 3.281 participantes revelaram, de modo geral, um aumento de aproximadamente 6 e 3% no número de pessoas com sintomas leves de depressão e ansiedade no ano de 2020 em relação a 2019, respectivamente. Os resultados também demonstraram que o aumento dos índices de depressão e ansiedade estão relacionados principalmente aos fatores solidão, diminuição das atividades físicas, gênero feminino e estar aposentado. O fato de não estar em um emprego em tempo integral também aumentou os índices de ansiedade dos participantes durante a pandemia. Surpreendentemente, os problemas de saúde que classificavam os participantes como grupo de risco não refletiram em aumento dos índices de depressão e ansiedade. Por fim, os dados coletados neste estudo poderão ser usados na manutenção da saúde mental de pessoas acima dos 50 anos no pós-pandemia e, até mesmo, durante a segunda (ou mais) onda de COVID-19 não somente no Reino Unido, mas em diversos outros países.

 

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