O que explicaria o aumento no número de variantes do SARS-Cov-2 nos últimos meses?
O estudo do pesquisador Oscar A. MacLean e colaboradores, publicado na revista PLOS Biology (DOI: 10.1371/journal.pbio.3001115), mostrou que desde dezembro de 2019 e durante os primeiros 11 meses da pandemia de SARS-CoV-2, o vírus apresentou poucas mudanças genéticas “significativas” a partir da análise dos dados do sequenciamento de centenas de milhares de genomas de SARS-Cov-2 sequenciados.
Ao estudarem os processos mutacionais de SARS-CoV-2 e o grupo de sarbecovírus (grupo de SARS-CoV-2 pertencente a morcegos e pangolim), MacLean e colaboradores observaram mutações bastante significativas. No entanto, estas mutações ocorreram antes do surgimento de SARS-CoV- 2 em humanos. Isso evidencia, a teoria de que o SARS-CoV-2 com a capacidade pronta para infectar humanos e outros mamíferos, evoluíram em morcegos antes do “saltarem” para os humanos. Segundo os autores, “Normalmente, os vírus que saltam para uma nova espécie hospedeira levam algum tempo para adquirirem adaptações para serem capazes de propagação quanto o SARS-CoV-2, e a maioria nunca passa desse estágio, resultando em transbordamentos sem saída ou surtos localizados”.
Nos últimos meses já foram reportadas diversas mutações importantes no genoma do SARS-Cov-2 responsáveis pelo aumento da taxa de transmissão entre as pessoas. E isso, segundo este estudo do Dr. MacLean, seria explicado pelo fato do vírus estar infectando um número muito grande de pessoas e estarem cada vez mais em contato com o sistema imunológico do hospedeiro, maior a chance de seleção de variantes resistentes ao sistema imunológico. Isto seria explicado em outras palavras como uma maior pressão de seleção, causando por exemplo o aumento do número de variantes mais transmissíveis. Entenda um pouco mais sobre o aumento no número de variantes do SARS-Cov-2 nos últimos meses lendo este artigo científico.