COVID-19 e o destaque da ciência brasileira na compreensão da doença
Desde os primeiros casos reportados na China, até a declaração da pandemia mundial pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 11 de março deste ano, as pesquisas relacionadas ao vírus SARS-CoV-2 e à COVID-19 têm aumentado exponencialmente. Inúmeros grupos de cientistas se juntaram para compreender melhor os mecanismos de ação dessa doença no organismo e, com isso, descobrir o tratamento ideal para a enfermidade. Sobre esse ponto de vista, um artigo publicado por dois pesquisadores colombianos no início de junho (leia aqui o artigo na íntegra) demonstrou a contribuição dos países latino-americanos (em termos de publicações) nas pesquisas sobre o SARS-CoV-2 e a COVID-19.
A investigação coletou dados sobre a afiliação dos autores dos artigos científicos publicados em bases de dados como Scopus, Web of Science, PubMed, etc., e foi realizada no dia 20 de abril de 2020. A China, Europa e Estados Unidos lideram o ranking de pesquisas mundiais sobre o assunto, com mais de 60% das afiliações provindas desses países. A América Latina aparece com aproximadamente 2,7% das publicações mundiais no tema, o que equivale a 153 publicações com revisão por pares (publicações em pre-print não foram consideradas). Destas, quinze publicações pertencem a iniciativa LANCOVID-19 (do inglês, Latin American Network of Coronavirus Disease 2019-COVID-19 Research), e contêm o maior número de afiliações latino-americanas em conjunto.
Porém, quando a busca é feita considerando as afiliações individualmente, os brasileiros lideram o ranking com 80 publicações sobre o tema. Não obstante, a pesquisadora brasileira Marta Giovanetti é quem detém o maior número de artigos publicados sobre o vírus SARS-CoV-2, utilizando seus conhecimentos na área de bioinformática. Adicionalmente, diferentes grupos de pesquisa brasileiros já contribuíram com o sequenciamento de mais de 50 cepas do SARS-CoV-2 isoladas na América Latina para o banco de dados do GISAID – uma iniciativa científica global e a principal fonte de dados genômicos dos vírus influenza e o novo coronavírus. Esses resultados demonstram a importância da ciência brasileira, que independente de intempéries e dificuldades encontradas no país, vem prosperando e ajudando o mundo a entender os danos causados pelo novo coronavírus.