No início dessa semana (14/12/20) foi reportado pelas autoridades de saúde do Reino Unido (Public Health England – PHE e Covid-19 Genomics UK consortium – COG-UK) uma nova variante do vírus causador da Covid-19 (SARS-CoV-2), denominada VUI-202012/01 (sigla para “Variant Under Investigation” in December 2020). Esta variante apresenta 17 diferenças ou mutações em relação ao SARS-CoV-2, sendo a principal delas uma mudança na proteína spike que liga o vírus ao receptor ACE2 humano. Mutações nesta proteína, em teoria, fazem com que o vírus se torne mais infeccioso e se espalhe mais facilmente entre as pessoas.

Mutações em vírus causadores de doenças infecciosas são perfeitamente comuns, e outras variantes do coronavírus já foram descobertas no próprio Reino Unido e em outras partes do mundo. Porém, o que chamou a atenção das autoridades médicas é, que em 13 de dezembro mais de mil casos de Covid-19 decorrentes dessa variante já haviam sido identificados, predominantemente nas regiões Sul e Leste da Inglaterra. E, a detecção dessa nova variante, que segundo pesquisadores deve estar circulando pelo Reino Unido desde meados de setembro, veio juntamente com um aumento no número de casos da doença no sudoeste da Inglaterra.

 

Por fim, os pesquisadores deixam bem claro que o fato da variação tornar o vírus mais infeccioso não o deixa mais perigoso, ou mesmo imune à vacina. As vacinas foram desenvolvidas para produzirem anticorpos contra várias regiões da proteína spike, dessa forma, uma única alteração não fará com que a vacina se torne menos eficaz.

 

Para mais detalhes consulte:

https://doi.org/10.1136/bmj.m4857
https://www.gov.uk/government/news/phe-investigating-a-novel-strain-of-covid-19
https://www.gisaid.org/references/gisaid-in-the-news/uk-reports-new-variant-termed-vui-20201201/

 

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