• 10 de junho de 2021
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Manejo integrado de pragas e doenças da cana foram debatidos durante encontro

Aconteceu na manhã de 01/06, o primeiro encontro preparatório da 4ª edição do EsalqShow, organizado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). A iniciativa foi realizada de forma online no YouTube da Esalq, e teve como tema “Inovações para o manejo integrado de pragas e doenças da cultura da cana-de-açúcar e eficiência de produção”.
O encontro, moderado  pelo professor Carlos Alberto Labate, do Departamento de Genética da Esalq,  contou com a participação dos especialistas José Roberto Postali Parra, docente sênior do Departamento de Entomologia e Acarologia da Esalq/USP, Fernando Dini Andreotte, docente do Departamento de Ciência do Solo da Esalq/USP, Juliana Velasco de Castro Oliveira, pesquisadora do Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR)/ Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Antonio Carlos Zem, presidente da Biotrop e Christian Lohbauer, presidente da Associação CropLife.
A dinâmica do evento foi dividida em dois blocos, o primeiro expositivo, com acesso direto e interação via chat pelo YouTube e o segundo de debates, também gratuito, mas com necessidade de inscrições.

O encontro começou com uma breve introdução do docente José Roberto Postali Parra sobre as  Principais pragas da cultura da cana-de-açúcar e o potencial do controle biológico por insetos, além do crescimento do controle biológico no Brasil. “O controle biológico está crescendo dia a dia e atingindo um profissionalismo muito grande. A cana-de-açúcar começou a utilizar o controle biológico na década de 70 com um início bem amador, por isso é necessário relevar alguns aspectos e problemas que surgem nessa cultura”. Logo em seguida, Parra destacou as três principais pragas da cultura da cana-de-açúcar. “As três pragas mais importantes da cana-de-açúcar são a broca da cana, cigarrinha das raízes e gorgulho da cana”. Em outro trecho, o docente ressaltou que, atualmente, metade da área total plantada de cana-de-açúcar é tratada com produtos biológicos, com drones exercendo a técnica de liberação dos produtos.

Ao abordar o tema Microbiota do solo e potencial uso no controle de doenças e assimilação de nutrientes na cana-de-açúcar, Andreotte chamou atenção para a onipresença da biologia em um solo. “A biologia passou a ser um recurso onipresente no solo. Aprender a modular o funcionamento dessa biologia é importante”. Durante sua fala o pesquisador abordou a relevância da biologia para a qualidade de um solo. “É importante inserir no manejo práticas que olhem para a prática biológica, pois todo sistema é restrito a qualidade do solo. O estudo da biologia do solo em cana-de-açúcar, trata desse sistema restritivo”, afirmou o docente.

Na sequência, Juliana Velasco discorreu sobre o Potencial biotecnológico de moléculas sinalizadoras para controle de doenças de culturas agrícolas. Ela abordou os mecanismos de ação e ressaltou a função das moléculas microbianas. “As moléculas de origem microbiana possuem um potencial biotecnológico importante, dando ênfase na proteção contra fitopatógenos”. Em seguida, a docente evidenciou a importância da pesquisa para estender o uso de moléculas no cenário alimentício e de biorenováveis.” Nossa intenção, é validar os resultados da pesquisa e estender o uso dessas moléculas em importantes culturas de interesse, tanto para a produção de alimentos quanto à produção de biorenováveis, como a soja e o milho”, destacou a docente.

Já sobre o tema Controle Biológico de pragas e doenças e o potencial econômico para o aumento da produção da cana-de-açúcar, Antonio Carlos Zem  destacou as inovações para o manejo da cultura da cana-de-açúcar usando os microrganismos. “Os microrganismos apresentam um modo de ação multifacetado comandando de cinco a seis diferentes modos, por isso é destacado como eclético e possui uma grande variedade de resultados”. O docente descreveu alguns problemas que a planta sofre no solo, entre eles os fatores bióticos e abióticos, porém ao exercer o manejo biológico é possível trazer nutrição, ou seja, vida ao solo.  “Nós temos uma mina de fósforo em nossos solos que não estão sendo utilizados pela planta. Essa recomposição, essa agricultura regenerativa, trazer vida ao solo de uma forma intensa é o nosso propósito. E, junto com isso proporcionar o controle de pragas, doenças e nematoídes”, finalizou o docente.

Encerrando o debate, Lohbauer ressaltou o Potencial do mercado de biológicos na cultura da cana-de-açúcar. No início, o docente ressaltou a importância e o crescimento do mercado dos biodefensivos . “O mercado de biodefensivos gira em torno de aproximadamente 2 milhões de reais, representando de 2 a 3% do mercado de defesa vegetal, hoje, produtos biológicos”. Christian relatou que os produtos biológicos estão apresentando uma crescente no mundo todo e destacou que algumas empresas brasileiras acompanham esse crescimento no mercado biológico. “Os produtos e o mercado crescem no mundo inteiro a uma taxa de 15% por ano. No Brasil, em 2020, cresceu 30% e algumas empresas chegaram a crescer 50%. Calcula-se que só para a cana-de-açúcar, em 2021, esse mercado deva crescer 35%. São números expressivos e trata-se de um mercado com um potencial de crescimento enorme. É possível considerar a estrela da defesa vegetal”, ressaltou o docente.

Sobre o ESALQSHOW 
O ESALQSHOW é uma iniciativa da Esalq/USP em parceria com a empresa Araiby, com apoio da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq). O evento, que visa fomentar a inovação e o empreendedorismo na agricultura, reúne uma série de ações para aproximar a academia do setor produtivo, do setor público e sociedade em geral. Com isso, o ESALQSHOW se propõe a estimular parcerias para intensificar a colaboração entre a universidade e o mercado nacional e internacional gerando novas oportunidades.

Para conferir o encontro na íntegra acesse https://www.youtube.com/watch?v=JZxf04HBU-4

Mais informações sobre a 4ª edição do EsalqShow em www.esalqshow.org.br

Texto: Gabriel Perin| Estagiário de Jornalismo/Revisão:Alicia Nascimento Aguiar MTb 32531| 01/06/2021