A Estação Experimental Agrozootécnica Hildegard Georgina Von Pritzelwitz – Fazenda Figueira, filial da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) em Londrina (PR), teve papel importante nos estudos que resultaram no desenvolvimento do dispositivo Repro One Novilhas, da empresa GlobalGen Vet Science. A nova tecnologia usada em programas de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) foi projetada para novilhas (fêmeas jovens), melhorando o bem-estar animal e aumentando a eficiência reprodutiva das fazendas brasileiras.
O estudo abrangeu mais de 2.200 novilhas em seis fazendas, entre elas a Fazenda Figueira, que mantém desde 2015 parceria com a GlobalGen. O experimento foi realizado na estação de monta de 2022 e meados de 2023. “Uma parte dos experimentos que colaboraram para colocar no mercado esse novo produto foi feito aqui na fazenda, pois as empresas enxergam que temos potencial para conduzir esse tipo de estudo”, informa o engenheiro agrônomo José Renato Silva Gonçalves, responsável pela administração da Fazenda.
Diante da necessidade de reproduzir as fêmeas mais jovens para garantir melhor produtividade na pecuária, a empresa desenvolveu um dispositivo hormonal adaptado às novilhas, pois os produtos disponíveis no mercado para animais adultos podem causar incômodos e desconforto nos mais novos. “Hoje, temos um foco muito grande em bem-estar animal, pois todos os números mostram que quando os animais estão confortáveis, eles produzem mais”, explica José Renato.
Levando em consideração o bem-estar animal e a produtividade, a GlobalGen desenvolveu um implante de tamanho reduzido, que foi testado nos animais da Fazenda Figueira. “Conduzimos na fazenda experimentos que tinham como objetivo avaliar qual a melhor estrutura desse implante para os animais precoces, qual a dosagem no implante para ter realmente atendida a necessidade de progesterona e o efeito que causava no bem-estar dos animais”, conta o administrador da Fazenda Figueira.
O bem-estar foi avaliado pelo comportamento e dosagem do cortisol dos animais que receberam o implante hormonal. “Após a colocação do implante, verificamos o comportamento dos animais, se estavam mais calmos, se o dispositivo gerava algum incômodo, e também avaliamos dosando o cortisol no sangue, que é o hormônio liberado em situação de estresse”, pontua José Renato.
Os resultados apontaram que o novo modelo reduz sinais de estresse e diminui a liberação de cortisol, hormônio liberado em situação de estresse.
Segundo José Renato, o grande diferencial da Fazenda Figueira na realização destes estudos é a quantidade de animais. “Trabalhamos com uma média de 4.500 animais ao ano nas fases de cria, recria e engorda, então disponibilizamos uma elevada quantidade de animais para fazer esses estudos. Conseguimos montar um experimento com uma acurácia estatística boa para que realmente tenha confiança nos dados coletados”, salienta.