Criada para apoiar pesquisas e comunicar novos conhecimentos

A Fealq nasce num período de grande dinamismo das pesquisas aplicadas às ciências agrárias. Em meados da década de 1970, os índices de produtividade avançavam com a adoção de novas sementes, novas técnicas de fertilização do solo e manejo das lavouras, pastagens e rebanhos. Os resultados animavam cientistas, governo, empresas, produtores. Era preciso pesquisar mais, era preciso comunicar o que se desenvolvia, intensificar o diálogo e as parcerias com a sociedade.

Na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, referência nacional e internacional em pesquisa sobre as variadas temáticas do agronegócio, docentes demandavam apoio gerencial complementar ao da USP para dar vazão a toda sua capacidade produtiva. Surge a ideia de uma fundação de apoio ao gerenciamento de pesquisas e parcerias.

Inicialmente idealizada por docentes do Departamento de Economia, Administração e Sociologia, a proposta de uma fundação foi apoiada também por representantes de outros departamentos. O então diretor da Esalq, professor Salim Simão, valida a criação de uma única fundação para a Esalq e o nome homenagearia o grande patrono Luiz de Queiroz.

A preservação da autonomia institucional é muito relevante na atuação de todas as entidades.

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Joaquim José de Camargo Engler

A iniciativa teve apoio também de Pedro Tassinari Filho, então secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Por intermédio de Roberto Cano de Arruda, membro do primeiro Conselho da Fealq, em 4 de janeiro de 1977, o sr. Pedro fez a doação de Cr$ 30 mil para constituição do patrimônio inicial da Fealq.

Em 30 de dezembro de 1976, foi lavrada a escritura pública da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz no 3º Cartório de Notas e Ofício de Justiça de Piracicaba. Sua escritura foi assinada pelos outorgantes instituidores Paulo Fernando Cidade de Araújo, Aristeu Mendes Peixoto, Joaquim José de Camargo Engler, Urgel de Almeida Lima, Iby Arvatti Pedroso, Salim Simão, Almiro Blumenschein e Delmar Antônio Bandiera Marchetti.

Também são dignos de nota os projetos  e alcance social e de desenvolvimento humano.

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Urgel de Almeida Lima

Naquela ocasião, os instituidores da Fundação designaram o primeiro Conselho Curador e a primeira diretoria da Fealq. O primeiro Conselho foi presidido pelo professor Salim Simão – na época, diretor da Esalq – e composto ainda pelos senhores Roberto Cano de Arruda, Dovilio Ometto, Aristeu Mendes Peixoto, Urgel de Almeida Lima, Humberto de Campos e Rubens Valentini. O primeiro diretor-presidente foi o professor Paulo Fernando Cidade de Araújo, formando a diretoria com os professores Joaquim José de Camargo Engler e Iby Arvatti Pedroso.

Logo depois, em 7 de fevereiro de 1977, o estatuto da Fealq foi aprovado pela Curadoria de Fundações do Ministério Público do Estado de São Paulo. Neste documento, a Fealq é definida como “pessoa jurídica de direito privado, de fins não lucrativos, com autonomia administrativa e financeira”.

Como prioridade, o Conselho encaminhou o convênio da Fealq com a Universidade de São Paulo e obteve a sua aprovação em 29 de março de 1977. O aval do Conselho Técnico Administrativo da USP era pré-condição para que o diretor da Esalq celebrasse convênio com a nova fundação.

Em 4 de abril de 1977, então, o diretor da Esalq, professor Salim Simão, e o diretor-presidente da Fealq, professor Paulo Cidade de Araújo, assinam o convênio que previa a colaboração entre a Fealq e a Esalq nas atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Em 30 de dezembro de 1980, a Fealq é declarada de utilidade pública pela Lei Estadual nº 2663 (Documentos disponíveis em Portal da Transparência).

Entre suas primeiras atividades, esteve o “acolhimento” do Simpósio sobre Manejo da Pastagem, que já era realizado pelo Departamento de Zootecnia da Esalq desde 1973. O estreito envolvimento entre a comissão organizadora desse evento e a Fealq estimulou outras atividades relacionadas à comunicação de tecnologias sobre produções agropecuárias. Nascia o Centro de Difusão de Tecnologias (CDT) da Fealq, focado no apoio integral à realização de eventos e editoração de publicações das ciências agrárias e sociais correlacionadas.

Ao longo dos anos, os gestores eleitos para a condução da Fealq vêm atualizando o ferramental de apoio às dinâmicas atividades de pesquisa, ensino e comunicação de saberes.

Ao longo de pouco mais de quatro décadas foi-me concedida a oportunidade de colaborar com atividades de difusão de tecnologia em apoio à coordenação dos eventos e à edição de livros.

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José Carlos de Moura