O foco da estação experimental Hildegard Georgina Von Pritzelwitz é validar pesquisas que aumentem a produtividade e a rentabilidade da pecuária de corte em bases sustentáveis. O administrador da fazenda, o engenheiro agrônomo José Renato Gonçalves, destaca: “as pesquisas precisam entregar resultado”.

A estação é aberta para receber propostas e também convida instituições de ensino e pesquisa bem como empresas a desenvolver experimentos que ajudem a melhorar a pecuária de corte. Aceita também parcerias com empresas que precisam validar e obter laudos científicos sobre seus produtos.

Os resultados são divulgados em trabalhos científicos, dias de campo e também em treinamentos e palestras.

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Atividades em curso

Em 2019, após a superação dos impactos causados desde a invasão do MST à propriedade, foi feito um novo planejamento de intensificação das atividades da fazenda. O início da implementação se dá em 2020.

Dos 3.686 hectares da fazenda, 41,5% são dedicados à preservação ambiental: além dos 1.126 ha. da Reserva Particular do Patrimônio Natural – a “mata do Barão” –, outros 400 hectares com baixo aproveitamento para atividades produtivas também foram destinados à recuperação da vegetação nativa.

Do restante, aproximadamente 1.100 hectares são passíveis de mecanização e serão utilizados na integração de agricultura com pastagem a partir da safra 2020/21. Quando o projeto estiver implantado, no verão, 50% da área terá soja e 50%, pastagem. No inverno, 75% da área será de pastagem e, em 25%, será cultivado milho para silagem e grãos. Dessa forma, a cada quatro anos, toda a área de pastagem, em terreno mecanizável, será renovada.

Além da área de Integração Lavoura-Pecuária, a fazenda possui aproximadamente 550 hectares de área de pastagem em terreno declivoso, 110 hectares de área experimental e terá 285 hectares de eucalipto – contrato com empresa do setor de papel.

FAZENDA FIGUEIRA – 2020/21
USO Hectares %
Pasto ILP 548,25 14,87
Pasto Semi-Intensivo 550,64 14,94
Pasto Fixo 46,00 1,25
Área Experimental 109,26 2,96
Agricultura ILP 548,24 14,87
Eucalipto 284,29 7,71
Infraestrutura 64,64 1,75
Preservação 1.535,32 41,65
TOTAL 3.686,64 100,00
ÁREA ÚTIL
USO HA %
Pasto Intensivo 703,51 32,70
Pasto Semi-Intensivo 550,64 25,60
Eucalipto 284,29 13,21
Agricultura 548,24 25,48
Infraestrutura 64,64 3,00
TOTAL 2.151,32 100,00

ILP – Integração Lavoura Pecuária
Pasto semi-intensivo – área com limitação de declive e/ou pedregosidade (morro)
Infraestrutura – residências, barracões, confinamento, currais, estradas, corredores, praças de alimentação, represas, pomar…

O rebanho de gado nelore está por volta de 4.500 cabeças. São 1.200 vacas com bezerro e 300 novilhas de reposição, que têm produzido entre 1.200 e 1.300 bezerros/ano. A principal receita da fazenda é obtida com a venda de bovinos para abate. Em 2019, foram comercializados 1.194 animais.

Como parte do projeto de intensificação da fazenda feito em 2015, os gestores iniciaram em 2017 a seleção genética com o objetivo de produzir reprodutores. Até meados de 2020, os animais selecionados eram usados na própria fazenda; a comercialização estava prevista para se iniciar em breve.

A fazenda é membro da Associação Companhia de Melhoramento, registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com a finalidade de certificar animais geneticamente superiores através do CEIP, Certificado Especial de Identificação e Produção.

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Em 2019, na fazenda Figueira, foram certificados 11 touros CEIP e, no começo de 2020, já haviam sido identificados 39 animais como candidatos a obter o CEIP.

Entre as universidades parceiras, além da Esalq/USP, destacam-se a Unesp (Jabuticabal e Botucatu), a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a Universidade Federal de Goiás (UFG). Há relacionamento corrente também com pesquisadores das Universidades Estadual de Ohio e de Wisconsin, ambas nos Estados Unidos.

O manejo do gado, os tratos culturais agronômicos, a construção de cercas e o recebimento de pessoas são realizados por 18 funcionários que moram na fazenda, em 14 residências de alvenaria, com o benefício de água, energia elétrica e coleta e tratamento de esgoto. Todos os funcionários têm plano de saúde, possuem meio de transporte próprio (carro e/ou moto), acesso facilitado à estrada municipal e, para os estudantes, há transporte públicos nos três períodos. Além das residências dos funcionários, há a casa-sede e o alojamento para os alunos que participam dos experimentos.

Em curso, havia quatro experimentos em parceria com a Esalq – meados de 2020. Três se encontravam em fase de conclusão e outro estava previsto para começar no segundo semestre/2020.