Com o objetivo de elevar a eficiência produtiva e garantir uma maior rentabilidade, a Fazenda Figueira, em Londrina (PR), investe fortemente no melhoramento genético do seu rebanho. Em 2017, os gestores iniciaram a seleção dos animais visando à produção de reprodutores e, em 2021, realizaram a primeira venda de touros com CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção). A propriedade, de 3.686 hectares, é gerenciada pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) há 22 anos, resultado de doação feita em testamento à entidade pelo esalqueano Alexandre von Pritzelwitz.
Segundo o administrador da Fazenda, José Renato Silva Gonçalves, foram comercializados 40 reprodutores jovens com a certificação. “É uma grande conquista. A primeira venda de touros CEIP foi para os irmãos Victor e Ricardo Rezende, agropecuaristas do Paraná e esalqueanos. Uma feliz coincidência; esperamos que traga bons ventos”, afirma José Renato, destacando que o melhoramento genético agrega valor à produção.
A Fazenda Figueira é membro da Associação Companhia de Melhoramento, registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com a finalidade de certificar animais geneticamente superiores através do CEIP. Até meados de 2020, os animais selecionados eram usados na própria fazenda.
“Os técnicos responsáveis pelo programa avaliam, através de pesagens, medições e características visuais, todo o rebanho, incluindo matrizes e bezerros na desmama e sobreano. Essas informações abastecem um modelo matemático que seleciona os animais com características geneticamente superiores e real potencial de transmissão desta superioridade produtiva às próximas gerações. Após todo o processo, no máximo 20% de todos os animais avaliados são classificados para receber o certificado CEIP”, detalha o administrador. Dentre os critérios de seleção estão a conformação, precocidade de acabamento, musculatura e puberdade sexual. Anualmente, a associação avalia um rebanho de 100 mil matrizes.
INÍCIO – Desde 2001, são realizados experimentos na Fazenda com a técnica de inseminação artificial utilizando touros provados geneticamente, no intuito de melhorar a qualidade do rebanho e de se obter um padrão racial homogêneo que auxilie na condução de projetos de pesquisa. “Os passos foram dados e muitas características puderam ser melhoradas. Diversos experimentos com avaliação de protocolos reprodutivos auxiliaram na tomada de decisões na fazenda para aumento significativo das taxas de prenhez e seleção de fêmeas para reprodução”.
SUSTENTABILIDADE – A busca pelo aumento da eficiência reflete em maior produção animal por hectare, reduzindo a pressão sobre a abertura de novas áreas e contribuindo com a sustentabilidade ambiental, ao preservar reservas florestais. Uma das primeiras técnicas adotadas na Fazenda com essa finalidade foi a implantação de manejo de pastagem através da divisão dos pastos em piquetes menores, em sistema rotacionado, elevando a oferta e a qualidade da forragem, aumentando a eficiência de colheita pelos animais e, consequentemente, a produtividade da área.
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