A sexta edição do Fealq Think & Drink, realizada nesta terça-feira, 9, provocou reflexões importantes sobre um dos temas que mais preocupam a humanidade e que vêm sendo foco de debates em organismos internacionais: as mudanças climáticas e o impacto delas na produção de alimentos. O professor e pesquisador Eduardo Delgado Assad foi o convidado especial e, numa fala leve e descontraída, abordou o assunto apresentando os desafios e a necessidade de se estabelecer uma ponte entre academia, políticas públicas e sociedade. O próximo encontro acontece no dia 20 de junho, a partir das 18h30.
Considerado um dos maiores especialistas do país nos estudos agroclimáticos e aquecimento global, Assad reforçou o papel da ciência e das instituições de ensino na busca de soluções para superar os desafios. “Tudo o que estamos propondo de mitigação dos efeitos das emissões dos gases de efeito estufa e os investimentos em adaptação nasceram nos laboratórios de universidades. Por isso, é fundamental continuar investindo em educação e inovação”, disse ele, que é docente da FGVAgro e associado ao Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp, além de já ter atuado por 35 anos na Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Para o convidado, um dos desafios é transformar as pesquisas em políticas públicas. “Precisamos avançar com os pilares ambiental e social – que compõem o tripé da sustentabilidade – caminhando lado a lado. Somente assim conseguiremos estabelecer ações práticas visando mitigar os efeitos causados pelas emissões de gases de efeito estufa. Emplacamos, por exemplo, a política pública do zoneamento agrícola de risco climático, com a participação da Esalq, além da agricultura de baixa emissão de carbono, um dos temas de maior relevância atualmente.”
Engenheiro agrícola e doutor em manejo e ciências da água pela Universidade de Montpellier, da França, Eduardo Assad foi, entre 1996 e 2013, o coordenador técnico nacional do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura. Também foi um dos mentores do Plano ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, lançado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
DIÁLOGO – Na abertura do evento, que é voltado aos coordenadores de projetos realizados junto à Fealq, o diretor da Fundação e professor Fernando Dini Andreote compartilhou algumas notícias, destacando o relatório de atividades 2022 divulgado nesta semana.
“O documento cumpre o objetivo de dar transparência para os esforços de boa gestão e diálogo que temos buscado estabelecer com todos os nossos parceiros, sem abrir mão dos princípios de integridade e responsabilidade que envolvem conduzir uma fundação como a Fealq.”
Também falou sobre a renovação do acordo de cooperação com a USP, concretizada no fim de abril. “Este acordo reflete a continuidade da nossa licença de operação junto à universidade com alterações que nos coloca em condição de igualdade com outras fundações conveniadas.”