A 15ª edição do Fealq Think & Drink, realizada no dia 8 de setembro, em Piracicaba-SP, marcou o encerramento da temporada 2025 do evento com a palestra “CCarbon – Construindo pontes entre a universidade e o setor privado”, proferida pelo professor titular do Departamento de Ciência do Solo da Esalq/USP e Diretor do CCarbon/USP (Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical), Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, que figura na lista dos cientistas climáticos mais influentes do mundo, elaborada pela Agência Britânica Reuters.
Conhecido por sua atuação nos temas de sequestro de carbono no solo, emissão de gases do efeito estufa, dinâmica da matéria orgânica do solo em sistemas agropecuários, modelagem matemática, mercado de créditos de carbono, aquecimento global e mudanças climáticas, Cerri deu uma verdadeira aula ao público, formado por acadêmicos das unidades parceiras da Fealq.
O diretor do CCarbon iniciou a palestra falando sobre a criação do Centro, que completou dois anos neste mês de setembro. Vinculado à Reitoria da Universidade de São Paulo (USP) e sediado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) em Piracicaba – SP, a criação do Ccarbon foi aprovada pelo Programa Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical nasceu com o desafio de reduzir as emissões de gases de efeito estufa nos setores da agricultura, pecuária e silvicultura, que correspondem por 27% das emissões – mais da metade vem do desmatamento. “De todos os setores, o único que pode, além de reduzir as emissões, também sequestrar carbono da atmosfera, é o nosso (agropecuária). Os setores da indústria, eletricidade e transporte não têm essa capacidade. Então, isso cria uma oportunidade, mas uma série de desafios também”, pontuou o diretor do CCarbon.
O recurso da Fapesp foi o ponto inicial para a estruturação do CCarbon, que viu a oportunidade de expandir suas ações por meio das parcerias público-privadas. “Todas as tramitações que a gente tem com as empresas parceiras são avaliadas pela diretoria, depois pelo Comitê Gestor e passam pelo crivo da Fealq, que tem sido nossa parceira para estabelecer uma série de relações”, disse Cerri.
A Fealq é responsável pela gestão dos recursos das parcerias do CCarbon com empresas privadas no desenvolvimento de projetos, a exemplo do Projeto “Restauração Assistida de Manguezais para Serviços Ecossistêmicos (MARES)”, financiado pelas empresas do setor de óleo e gás Total Energies e Qatar Energy Contribution.
Balanço da Fealq
Antes da palestra, o diretor da Fealq e chefe do Departamento de Ciência do Solo da Esalq, professor Fernando Andreote, apresentou um balanço das ações realizadas nos seis primeiros meses da atual diretoria. Entre os pontos destacados, mencionou o aumento no número de projetos em andamento, o compromisso assumido com a Fapesp na gestão de pesquisas, a participação no 4º Encontro de Fundações de Apoio do Sudeste (Enfasud), a presença da Editora Fealq na final do Prêmio Jabuti Acadêmico e a reformulação da Revista de Agricultura. “Esse é só o começo. Seguimos entusiasmados com os próximos meses que estão por vir e com a contagem regressiva para os 50 anos da Fealq, em 2026”, afirmou.