A fazenda Figueira, no município de Londrina-PR, foi doada em testamento pelo esalqueano Alexandre Von Pritzelwitz para a Fealq. Com seu falecimento, em 05 de janeiro de 2000, tornou-se pública a doação que havia sido escriturada em 1995. Representantes da Fealq e do Departamento de Zootecnia da Esalq formaram uma comissão para que fosse feito, inicialmente, um diagnóstico da situação da fazenda e encaminhadas as providências da nova gestão.

Ao fazer a doação, o sr. Alexandre fez poucas exigências: que fosse mantida a pecuária de corte, que a propriedade se tornasse estação experimental, a ser batizada com o nome de sua mãe, Hildegard Georgina Von Pritzelwitz, e que fosse administrada de modo a ser autossustentável economicamente. A posse foi dada à Fealq, mas a condução das atividades na fazenda deveria ter o aval e acompanhamento de uma comissão de professores do Departamento de Zootecnia da Esalq, com o qual o sr. Alexandre manteve estreito relacionamento desde sua época de aluno em meados da década de 1940.

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A propriedade fica no distrito de Paiquerê, distante cerca de 50 km do centro de Londrina. Tem 3.686 hectares e 40% são dedicados à preservação ambiental. A maior parte dessa área é composta pela “Mata do Barão”, com 1.126 hectares de Mata Atlântica averbados, pelo próprio sr. Alexandre, em caráter de perpetuidade como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) – esta é a maior RPPN do município de Londrina.

A fazenda chegou às mãos da família Pritzelwitz em 1942, quando foi comprada pelo pai do sr. Alexandre, o alemão Kurt Gustav Von Pritzelwitz, conhecido como “Barão” – forma de tratamento que foi transferida ao seu filho. Ele veio da Alemanha em 1921 para trabalhar com o comércio/exportação de café em Santos. Londrina, era importante praça formadora do preço do grão, e o sr. Kurt se interessou por também ter sua fazenda de café. Na propriedade, desde o início, era criado também gado de corte.

Com a geada negra de 1975, as lavouras de café foram duramente impactadas em todo o estado do Paraná, e a atividade principal da Figueira passa a ser a pecuária de corte. Na década de 1980, período em que o sr. Alexandre assume a direção da fazenda, o café se restringia a pequenas áreas da propriedade.

No início de 2000, quando a Fealq recebe a fazenda em doação, gestores da Fundação fazem a primeira visita à propriedade. Constatam que o solo era de boa qualidade, havia um rebanho considerável – por volta de 3.500 cabeças – e que podiam contar com 24 funcionários comprometidos. O objetivo era implementar um programa de intensificação da pecuária de corte, e os novos gestores poderiam lançar mão também do histórico de parcerias da Esalq com outras instituições de pesquisa e empresas.

Na pauta imediata estavam recuperação de pastagens, melhora da nutrição e da reprodução do rebanho. Os experimentos que lá fossem desenvolvidos poderiam servir de modelo ou parâmetro – a depender da maior ou menor semelhança com as condições naturais de cada localidade – para ações de outros produtores.

A fazenda Figueira inaugurava seu papel de geradora e irradiadora de conhecimento desenvolvido sob bases científicas e validado na prática. Os administradores da Fealq e Esalq estavam cumprindo o compromisso de distribuir frutos do presente recebido!

De 2000 até 2020, foram desenvolvidos aproximadamente 80 experimentos na fazenda, incluindo as pesquisas em sua área de reserva natural (Mata Atlântica). Em meados de 2020, o rebanho soma cerca de 4.500 cabeças, é praticada a integração lavoura-pecuária e feito seleção genética para a obtenção de reprodutores CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção.)

O dia a dia da fazenda é dinâmico, e a Estação Experimental está permanentemente aberta para parcerias. Universidades, centros de pesquisa e empresas podem procurar os gestores e apresentar propostas que serão analisadas por uma comissão de professores da Esalq.

A Fealq se sente honrada por ser “guardiã” deste patrimônio e se empenha para que as intenções altruístas do esalqueano Alexandre Von Pritzelwitz se materializem

Fazenda Figueira - Margem Direita Do Rio Taquara - S/N
CEP: 86.010-980
Bairro: Zona Rural Distrito Paiquere, Londrina - PR
Complemento: CXPST 8003

O foco da estação experimental Hildegard Georgina Von Pritzelwitz é validar pesquisas que aumentem a produtividade e a rentabilidade da pecuária de corte em bases sustentáveis. O administrador da fazenda, o engenheiro agrônomo José Renato Gonçalves, destaca: “as pesquisas precisam entregar resultado”.

Ao ser criada, em 1976, a Fealq teve a honra de atuar como uma facilitadora de iniciativas que ampliavam o legado de Luiz Vicente de Souza Queiroz. A dinamicidade dos professores, alunos e funcionários da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) requeria estrutura de apoio ágil e ao mesmo tempo compatível com as formalidades da Universidade de São Paulo, que incluiu a Esalq como uma de suas unidades fundadoras em 1934.

Ao longo dos anos, as práticas de sustentabilidade na Fazenda Figueira foram sendo aprimoradas buscando, além de atender às legislações ambientais e trabalhistas, aumentar os retornos financeiros a partir de ganhos de produtividade e uma maior eficiência dentro da propriedade. Conheça algumas dessas ações.

O foco da estação experimental Hildegard Georgina Von Pritzelwitz é validar pesquisas que aumentem a produtividade e a rentabilidade da pecuária de corte em bases sustentáveis. O administrador da fazenda, o engenheiro agrônomo José Renato Gonçalves, destaca: “as pesquisas precisam entregar resultado”.

Estudos acadêmicos são desenvolvidos na Fazenda Figueira praticamente desde sua instituição como Estação Experimental. Já são mais de 80 trabalhos realizados.

A Gestão da Estação Experimental é feita por engenheiros agrônomos, mestres e doutores. Além disso, uma comissão técnico-científica formada por professores do Departamento de Zootecnia da Esalq/USP faz o acompanhamento das atividades na Fazenda.